A OMS, Organização Mundial da Saúde, incluiu alguns novos medicamentos na lista de medicamentos essenciais para tratamento de câncer. A Imunoterapia entrou na lista de remédios essenciais e outras novidades como remédios orais para tratar os cânceres de pulmão e de próstata e drogas para neoplasias hematológicas. Os imunoterápicos Nivolumabe ou o Pembrolizumabe aumentam em até 50% as chances de sobrevivência dos pacientes com Melanoma – um câncer até pouco tempo atrás incurável.
A lista existe desde 1977 e é atualizada, não muito frequentemente, com base em revisão da literatura científica a fim de selecionar os tratamentos que oferecem os benefícios mais efetivos. São considerados essenciais pela OMS.
O que isso quer dizer?
Com essa lista, a OMS sugere fortemente onde os governos devem investir recursos para seus sistemas de saúde. Nos últimos 10 anos, metade das novas inclusões contemplaram medicações oncológicas. Somando todos os tipos de medicamentos, incluindo os não oncológicos (antibióticos, antifúngicos, antirretrovirais, analgésicos, etc) são apenas pouco mais de 400 medicamentos que tem esse “selo” da OMS.
Mas e o custo?
A OMS recomenda que os governos se empenhem em negociar com as indústrias condições para ampliar o acesso. Em alguns casos, a OMS provê fundos para ajudar na incorporação. Tomara que as “Big Pharmas” façam a sua parte.
A OMS também introduziu em sua lista remédios para a leucemia e linfoma como o Dasatinibe e para o Mieloma Múltiplo como o Bortezomibe e a Lenalidomida. Assim como medicações por via oral para o câncer de Próstata como a Abiraterona e para o câncer de pulmão EGFR mutado como o Gefitinibe ou Erlotinibe.
O Trastuzumabe – usado em Câncer de Mama HER2 positivo – está nesta lista há anos, e mesmo sendo considerado essencial pela OMS no metastático desde 2015, o Ministério da Saúde (MS) só incorporou no Sistema Único de Saúde (SUS) – e de forma não universal – em 2018, com 17 anos de atraso em relação à Saúde Suplementar. Justiça seja feita a inclusão dessa indicação na lista da OMS ajudou a convencer o governo brasileiro.
Essas novas inclusões da OMS (não disponíveis no SUS) devem balizar imediatamente e servem de pressão para o nosso defasado, esquecido e combalido Sistema Público. A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e as ONGs que fazem “advocacy” como o Oncoguia, a Femama, a Fundação Laço Rosa e tantas outras tem trabalhado arduamente para diminuir esse abismo entre o SUS e o privado. Tomara que essa lista ajude.
Fonte: https://pebmed.com.br